Restaurante Londrinense: o sucesso do bom tempero caseiro

Há 56 anos estabelecimento vem conquistando o gosto popular; feijão da casa ainda é feito no fogão a lenha e leva três horas para ficar pronto

O administrador Hélio Lombardi Júnior, 47 anos, ainda guarda na memória as lembranças de quando criança frequentava o restaurante inaugurado pelo seu avô – João Lombardi; na verdade, a empresa só foi constituída três anos depois da abertura, totalizando então, de forma extraoficial, 59 anos de atividade, sempre na Rua Manaus, 54. Pelo reconhecimento da relevância dos serviços prestados à cidade, a família deve receber do município, no ano que vem, a Comenda Ouro Verde, homenagem que teve iniciativa do vereador Giovani Mattos.

De origem italiana, o avô mostrou que tinha faro para negócios quando decidiu vir de Guaravera, onde tinha uma máquina de arroz, e comprar um terreno próximo ao antigo Colégio Londrinense, o famoso “Colossinho”. Com um olhar atento, percebeu que os alunos da instituição tinham que ir até a Avenida Paraná – hoje, o Calçadão – para almoçar. Decidiu investir em uma boa comida caseira, servida no local, a preço honesto, começando assim uma trajetória de sucesso de negócio familiar.

Desde 2007 administrado pela terceira geração da família, Júnior fala com gratidão pelo legado recebido: “O meu pai trabalhou muitos anos com o meu avô e há 15 anos estou à frente dos negócios. É um ramo trabalhoso, mas gratificante também. Acordo todos os dias às 4 da manhã para comprar produtos fresquinhos no Ceasa, seguindo o mesmo ritmo de trabalho do meu pai”.

Com aproximadamente 250 refeições vendidas por dia, o restaurante trabalha com três modalidades de refeição: prato feito, bandeja ou comercial. Com um cardápio variado, mas fixo no dia, o que não pode faltar diariamente é o feijão da casa, feito com banha e tempero caseiro, preparado no fogão a lenha e que leva em média três horas para ficar pronto. “Os clientes gostam muito do nosso feijão e é comum ouvirmos relatos de pais dizendo que os filhos só comem o feijão daqui”, comenta Júnior. Outro carro-chefe é o bife grelhado na chapa do fogão a lenha. “Fica um sabor diferenciado, é especial”, garante.

No comando da cozinha há 25 anos, a cozinheira “baixinha, elétrica e dinâmica” Elza Aparecida de Souza Narcizo, 54 anos. Funcionária mais antiga do restaurante, começou como auxiliar de cozinha e hoje é grata pelo trabalho que ajudou a pagar os estudos do filho Rodrigo, 29 anos, que está se formando em Agronomia.

E como todo negócio, o restaurante passou pelo desafio da pandemia da Covid-19, tendo que se reinventar para sobreviver e passando também a entregar as refeições por mototáxi. “Foi um grande desafio, mas isso também mostrou um novo nicho de mercado, que ainda mantemos, em parceria com o Ifood”, pontua Júnior.

No atendimento presencial, as mesas ao pé da figueira (plantada em 1985 pelo pai do Júnior, Hélio Lombardi) são concorridas e é bom ligar antes para reservar. O restaurante serve almoços, de segunda a sexta-feira. Reservas e pedidos pelo telefone (43) 3322-4985 (WhatsApp comercial). O cardápio pode ser conferido diariamente no Instagram (@restaurante_londrinense).