Feche os olhos por um momento e permita-se voltar no tempo. Volte à sua infância, às raízes que formam quem você é hoje. Sinta os sons, os cheiros e as lembranças que estão guardadas no seu coração. Onde estava você naquele instante de pura felicidade? O lugar que, com o simples toque da memória, aquece a alma. Você já parou para refletir sobre o impacto que os espaços têm na sua vida?
Pois é, este é o ponto de partida da nossa conversa sobre arquitetura. Afinal, todos nós habitamos um espaço – uma casa, um lar, um refúgio. E é justamente a arquitetura que traduz essas emoções. Quem não se encanta com o toque pessoal de lembranças que marcam nosso cotidiano, seja em casa ou no trabalho? Objetos, fotos, móveis e até utensílios, como peças de um quebra-cabeça afetivo, nos conectam a momentos, lugares e pessoas importantes.
Um projeto bem executado de arquitetura ou design de interiores pode, sim, nos transportar para essas memórias afetivas, criando um ambiente que vai além da função. Mas não se engane, para que esse cenário aconteça de maneira harmônica, é preciso planejamento. E é aí que entra o papel do arquiteto – alguém capaz de olhar para o seu espaço e, com sensibilidade, transformar o seu lar sem perder a essência. Muitas vezes, a chave está em pequenas mudanças: uma moldura nova, um móvel reaproveitado, ou até a reinvenção de um objeto de valor emocional, como aquele antigo tear que se transforma em uma bancada de lavabo exclusiva. Esse é o poder de um bom projeto – transformar a casa em um lar, cheio de história e personalidade, ao invés de um simples showroom sem alma.
Acredite: “coisas” não são só “coisas”. Cada item tem uma história única que te conecta com momentos especiais e pessoas queridas. Ao inserir essas peças na sua casa, você cria um ambiente repleto de memória, de cheiros e de identidade. Esse é o verdadeiro sentido de lar – um espaço onde suas memórias se tornam tangíveis, um legado para filhos, netos e gerações futuras.
No mês passado, falei sobre as tendências para 2025. A saúde e o bem-estar dos moradores estão cada vez mais integrados aos projetos arquitetônicos de qualidade. E quem disse que as memórias e a conexão afetiva não fazem parte desse bem-estar? Claro que sim! O apego a objetos e móveis é uma manifestação de afeto, e a arquitetura, ao abraçar esse apego, vai além: ela transforma os materiais – madeira, pedras naturais, tijolos – em fontes de aconchego, frescor e conforto, criando um ambiente de bem-estar tangível.
É claro que estamos falando de projetos que são mais do que uma estética: eles são criados especialmente para você, para refletir a sua história, a sua personalidade. A sua casa, seu escritório, sua clínica – todos devem ser uma extensão de quem você é. Valorize seu estilo, ouse, celebre sua história e, acima de tudo, confie em um profissional que compreenda suas expectativas. Um bom arquiteto não está apenas criando mais um projeto para o portfólio, mas construindo um projeto de vida.
Não faça sua casa para os outros. Não siga a moda da amiga, do editorial de revista ou do projeto de Pinterest. A questão é simples: você quer um showroom ou um lar?
Nos vemos no próximo mês!
Por Lu Regnier
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